Muitas mães se sentem culpadas por que acham que não estão dando conta de tudo, que não estão sendo boas mães. Não se assuste – Essa crise é comum. Mas agradeço a Deus por que, de vez em quando, aparece alguém iluminado para escrever palavras que nos tranquilizam, que nos dão força para prosseguir mais leves, sem tanta culpa nos ombros.
É o caso do texto MATERNIDADE, da Rafaela Carvalho:
“Acho estranho quando me perguntam como eu dou conta de tudo. A resposta é simples, sem graça: Eu não dou. Não dou mesmo.
Seleciono prioridades, foco no que dá, varro o resto para debaixo do tapete. No dia seguinte levanto a beiradinha desse tapete, retiro umas coisas, escondo outras.
Se hoje as crianças foram dormir sem escovar os dentes, amanhã isso será prioridade. Se hoje o jantar foi o chinês “okesoboro”, amanhã um almoço fresquinho é a missão número um. Meu tapete nunca fica vazio. Nunca. Aliás, tem dias que entulho tanta coisa lá debaixo, que derruba o que tiver em cima. Brigo com o mundo, choro um pouquinho, me sinto a mais desequilibrada das mulheres, espero pelo dia seguinte.
Mas há manhãs em que acordo cheia de amor próprio. Dou risada deste auê todo. Ignoro o tapete, que já está pau a pau com o Monte Everest, e vou bela e formosa (cansada e de presilha no cabelo) tomar um banho demorado.
Algumas tardes viro a revolucionária do tapete. Brota no corpo uma energia que sabe-se lá da onde veio (provavelmente do brigadeiro de colher que comi escondido 3 noites atrás). E lá vou eu disposta a colocar tudo em dia. E não é que eu quase consigo? Se não fosse pelo quase…
E é assim.
Frustrante, alegre, desesperador, feliz. Um eterno varre, esconde, esvazia. Não se deixe enganar, tem sempre um tapete. Na casa de algumas ele fica mais visível, logo na sala. Já outras preferem usar o do corredor. Mas ele está lá. Tem que estar. Se não a gente enlouquece.
Por trás destas imagens, existe uma mãe comum. De carne, osso, querendo emagrecer no mínimo 3kgs, e jurando que amanhã não irá esquecer de cortar as unhas das crianças.
Com dias bons pra caramba, no estilo: “A vida é bela, poderia ter 7 filhos, viver numa casinha de sapê, e ser feliz para sempre” E com dias de “quem sou, onde estou, quem são estas pessoas?”
O denominador comum é o amor, que quando colocado na balança quebra o ponteiro. Vira o jogo. Não dá nem chance.
O coração é invadido por gratidão. E com lágrimas nos olhos agradecemos por tudo. Até mesmo pelo tapete GG!”
Lindo o texto, não é? Então não se culpe pelo tapete Everest que você tem na sua casa! Simplesmente faça o seu melhor, deixe o amor transbordar de você, e seus filhos certamente dirão (talvez não hoje, mas um dia dirão) – a minha mãe é a melhor mãe do mundo!
Fiquem na paz que excede a todo o entendimento.
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