Imagem de Michal Dziekonski por Pixabay
Escolher dormir em quartos separados continua gerando debates entre casais, tocando em temas de individualidade e na dinâmica dos relacionamentos modernos
Por Patrícia Esteves
O debate sobre dormir em camas separadas ainda é sensível e pouco discutido, especialmente no Brasil. Recentemente, a apresentadora Eliana compartilhou que, em algumas ocasiões, opta por dormir em um quarto separado do marido, o diretor Adriano Ricco. Ela observou que casais mais jovens parecem lidar com essa prática de forma mais tranquila, enquanto os mais velhos demonstram algum receio. Entre risos, Eliana comentou que essa escolha a faz sentir-se “muito jovem”. Ela também mencionou que a maternidade e a chegada da menopausa contribuíram para episódios de insônia, trazendo à tona um tema importante nos relacionamentos atuais.
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Para muitos, dormir em quartos separados pode parecer um afastamento. No entanto, segundo a psicóloga e sexóloga Laís Melquíades, essa escolha pode ser compreendida de outras formas. “Optar por quartos separados é uma decisão bem particular de cada casal e pode ser uma forma inteligente de cuidar da relação. Afinal, o bem-estar de cada um e uma boa noite de sono fazem toda a diferença e impactam vários aspectos da vida a dois. Amar e ser amado é também saber respeitar as necessidades individuais”, comenta.
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Laís explica que a expectativa de que casais devem dormir juntos é uma norma social que pode não funcionar para todos. “Se ambos estão de acordo e se sentem bem assim, qual é o problema? Existem muitas formas de manter a intimidade, que não sejam só na cama durante a noite. Inclusive, é uma ótima chance de aumentar o repertório do casal”, destaca. A comunicação aberta é essencial para que essa escolha seja positiva e respeitada por ambos.
“Para muitos casais, ter quartos separados pode parecer sinal de distância, falta de esforço ou até esfriamento no amor, mas isso não é necessariamente uma verdade! Para outros, essa pode ser justamente a solução que salva o casamento”, afirma Laís. Muitos casais mantêm o hábito de dormir juntos por conta de uma expectativa social.
A perspectiva cristã sobre dormir juntos
Sob uma perspectiva bíblica, a intimidade no casamento é vista como parte do plano de Deus para fortalecer o vínculo entre o casal. O versículo de Efésios 4:26, que diz: “não se ponha o sol sobre a vossa ira,” incentiva os casais a resolverem seus conflitos diários antes de dormir, sugerindo que a proximidade física pode ajudar a manter a paz e a unidade no casamento. Além disso, em Hebreus 13:4, o casamento e a “pureza do leito” são exaltados como reflexos de respeito e amor no relacionamento conjugal, indicando a importância do convívio próximo entre os cônjuges.
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Ainda assim, pastores e líderes cristãos como Cláudio Duarte apontam que a decisão de dormir juntos ou separados é uma escolha pessoal do casal e não deve ser interpretada como uma medida que, por si só, indica problemas no relacionamento. A escolha depende das necessidades práticas e do conforto de ambos, desde que a conexão emocional e a intimidade sejam preservadas e cultivadas de outras maneiras. Segundo estudos, dormir juntos pode aumentar a fase REM do sono, contribuindo para uma sensação de descanso e bem-estar que fortalece a relação.
Dessa forma, a escolha de dormir em quartos separados não é necessariamente prejudicial ao relacionamento, desde que o casal encontre outras maneiras de manter o contato e cultivar o afeto e o cuidado mútuo. A comunicação aberta, momentos de qualidade e expressões de amor e carinho são aspectos fundamentais que podem manter a intimidade e conexão, mesmo quando o casal decide dormir em quartos diferentes.
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