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Hoje me peguei pensando no quão rápido os anos tem se passado, o quanto a vida parece acelerar suas horas...
- parece que cada novo dia tem minutos a menos
- que a cada ano o carnaval parece estar mais perto do réveillon.
Será só minha impressão?
Será que a gente ajuda a acelerar a vida quando desejamos que a sexta chegue logo? Que as férias cheguem logo? Que o dia do pagamento chegue logo?
Às vezes me sinto num trem a 300 km por hora, de onde não temos tido oportunidade de olhar pela janela, admirar a paisagem, apreciar as belezas que passam lá fora.
Também notei algo interessante: nunca vi um jovem pensar sobre a velocidade do tempo, nem sobre a brevidade da vida... geralmente não pensamos muito nisso nesta fase... estamos velozes aproveitando as novidades que a vida oferece, e torcendo para que a maioridade chegue logo, a formatura chegue logo, o primeiro emprego chegue logo, o casamento chegue logo... e de repente, nos vemos sentados em meio à madrugada, como estou agora, pensando em tudo isso, e o quanto, agora gostaria de pisar no freio e reduzir a marcha.
Parece que foi outro dia que eu, irritado, não via a hora de ser “de maior”, assim, com 18 anos poderia fazer o que bem entendesse... ah se eu soubesse mais sobre a vida!
Talvez tivesse entendido que cada ano a mais vivido, também é um ano a menos para viver;
Um ano a mais é um ano a menos com nossos pais...
Que a cada novo e belo réveillon, nossos filhos vão deixando de serem apenas nossos, suas asinhas vão crescendo e nem percebemos, até que um dia, repentinamente, mostram que já sabem voar, aqueles nossos bebezinhos que cabiam no nosso colo, agora deixam de serem apenas nossos, alçam vôo para serem também de outros, e do mundo...
Depois que saí da fase da juventude, época em que cremos sermos eternos, finalmente “caiu a ficha" de que a cada ano a mais, me aproximo do temível e inevitável dia onde o trem vai parar na minha estação de desembarque, e para minha surpresa, o meu nome será chamado, e ali descerei para nunca mais embarcar novamente. A viagem será só de ida.
Como ficarão os filhos? Será que vão sobreviver sem mim? Quem os consolará... e será que eu terei vivido de modo digno, empático e amável de maneira que eles realmente precisem deste consolo?
Minha passagem por esta vida terá tido alguma importância? Algum significado? Qual terá sido a minha contribuição? Pra quem? Pra quantos? Ou terei passado por aqui por nada!
Deixarei uma marca, uma herança, e mais que isso, será que deixarei um legado?
Quanto aos outros, nem me importa, mas o que meus filhos e netos falarão de mim em seus encontros familiares? Vão rir dos meus gracejos e relembrar dos meus bons ensinamentos? Ou se lembrarão de feridas emocionais que eu lhes provoquei?
Todos esses pensamentos tomam ainda mais força quando me dou conta de que já vivi mais do que ainda tenho a viver.
Como bem resumiu Ricardo Gondin, “a esta altura da vida, tenho mais passado que futuro”, e isso me leva a questionar sobre o que ocupou minha mente durante todo este tempo. Quais foram minhas prioridades?
Sabe de uma coisa? Não se conhece caso algum onde, num leito de morte, um moribundo tenha dito: “ah, como gostaria de voltar o tempo e trabalhar mais umas horas por dia... ou ... poxa, queria voltar no tempo e assistir mais tv, ficar mais tempo nas redes sociais”... não, não... eles geralmente dizem... como gostaria de voltar e ficar mais tempo com minha família, brincar mais com meus filhos, pedir perdão, liberar perdão, me preocupar menos com o que os outros pensam sobre mim...
Será que não é hora de reformular as prioridades? De repensar a maneira como gastamos o tempo que nos resta? E como não se pode mudar o passado, não seria hora de escrever um novo futuro? Um que não deixe tantas culpas, remorsos e arrependimentos?
Não é hoje um bom dia para começar a gastar todos os sorrisos que ainda se tem? Gastar todo o amor que há dentro do peito? Todos os carinhos ainda não feitos? Todos os elogios ainda entalados na garganta? De gastar todo o perdão que alguém está precisando? De se conectar integralmente à Deus?
A hora é agora, o momento é esse. A 7 palmos, não vai ter mais validade alguma, serventia alguma todas essas coisas que você economizar de fazer aqui.
Em Salmos 103:15 e 16 diz que a nossa vida é semelhante à relva; floresce como a flor do campo, e que se vai quando sopra o vento, e nem se sabe mais o lugar que ocupava.
“...e nem se sabe mais o lugar que ocupava...”
Pense nisso! Mas pense com carinho mesmo! Pense... enquanto você ainda pode pensar...
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