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Compulsão sexual ou 'vício em sexo': saiba como diferenciar a busca constante pela prática

Uma libido em alta pode ser o desejo de muita gente, mas vira um problema quando se torna a principal fonte de prazer da vida

Foto: Shutter


Por O Globo — Rio de Janeiro


"Vício em sexo: sinais, tratamento e estigma"

A diferença entre uma vida sexual ativa e um vício em sexo é explicada pelo médico João Borzino, destacando sinais como falta de controle, impacto negativo na vida diária e sentimentos de culpa. O tratamento envolve terapias e grupos de apoio, sendo crucial entender e combater o estigma em torno da compulsão sexual.


Diversas famosas, como Pocah, Deborah Secco e Gracyanne Barbosa, já confessaram ser viciadas em sexo. Por outro lado, existem celebridades que falam abertamente sobre o assunto, expondo suas aventuras, como Anitta. Mas existem diferenças entre quem tem uma vida sexual muito ativa de quem realmente tem um comportamento compulsivo.



"O vício em sexo, ou hipersexualidade, é caracterizado por uma compulsão irresistível por atos sexuais, que ocorre de maneira descontrolada e persistente. Ao contrário de um desejo sexual saudável e equilibrado, que pode ser explorado de maneira consensual e prazerosa, o vício em sexo pode interferir na vida pessoal, social e profissional do indivíduo", explica o médico sexologista João Borzino.


O especialista acrescenta: "Anitta, em algumas entrevistas e publicações, já fez referências abertas sobre sua relação com o sexo, o que foi interpretado por muitos como uma busca por prazer constante e uma superexposição de sua vida íntima. Porém, o fato de uma pessoa falar abertamente sobre sua vida sexual não significa que ela seja, necessariamente, viciada em sexo."


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O terapeuta sexual diz que a ninfomania é um transtorno e, como qualquer vício, envolve uma série de aspectos negativos que vão além do prazer e da busca por satisfação. Mas como diferenciar o comportamento sexual frequente e o vício?


"Muitas pessoas confundem o gosto por uma vida sexual ativa e frequente com o vício. A linha entre gostar de ter sexo frequentemente e ser viciado em sexo pode ser tênue, mas existem algumas diferenças cruciais", aponta. Ele detalha elas:


1. Controle sobre o comportamento: Uma pessoa que gosta de ter sexo frequentemente o faz de forma consensual e consciente, com controle sobre suas ações. Já quem é viciado em sexo perde esse controle, agindo de maneira compulsiva, sem considerar as consequências.

2. Impacto na vida diária: O vício em sexo interfere negativamente em várias áreas da vida, como relacionamentos, trabalho e saúde mental. Quem gosta de sexo, mas de maneira saudável, pode equilibrar sua vida sexual com suas responsabilidades cotidianas.

3. Culpa e angústia: Muitas pessoas com compulsão sexual sentem vergonha e arrependimento após o ato, um sentimento que não está presente em pessoas que apenas têm uma vida sexual ativa e satisfatória.


Segundo Dr. Borzino, o diagnóstico do vício em sexo não é uma tarefa simples, pois envolve uma avaliação detalhada da história clínica, comportamental e emocional do indivíduo.


"Para determinar se uma pessoa é viciada em sexo, deve-se observar:

* Comportamento repetitivo e descontrolado: A pessoa continua a buscar sexo, mesmo quando isso causa danos a sua vida pessoal e emocional.

* Perda de interesse em outras atividades: A obsessão por sexo acaba deixando de lado outras áreas importantes da vida, como relacionamentos e trabalho.

* Tentativas fracassadas de controle: A pessoa tenta, mas não consegue, controlar o impulso sexual.

* Comprometimento psicológico: A compulsão sexual está frequentemente ligada a sintomas de ansiedade, depressão e outros transtornos psicológicos.

A ninfomania é considerada um transtorno do controle dos impulsos e é diagnosticada por profissionais de saúde qualificados, com base em entrevistas clínicas e, em alguns casos, testes específicos."


Segundo Dr. João, alguns fatores podem contribuir para o desenvolvimento da compulsão sexual. Os mais comuns são:


1. Traumas emocionais ou abuso sexual: Mulheres que sofreram abusos ou tiveram experiências traumáticas na infância ou adolescência podem desenvolver a compulsão sexual como uma forma de lidar com a dor emocional.

2. Desequilíbrios hormonais e neurotransmissores: A disfunção nos sistemas de dopamina e serotonina, por exemplo, pode levar a comportamentos compulsivos. A dopamina, em particular, está ligada ao prazer, e seu desequilíbrio pode resultar em uma busca incessante por gratificação sexual.

3. Transtornos de personalidade ou ansiedade: Transtornos psicológicos, como transtorno de personalidade borderline ou transtornos de ansiedade, coexistem frequentemente com o vício sexual. A compulsão por sexo pode ser uma maneira de reduzir sentimentos de ansiedade ou vazio emocional.

4. Cultura de hiperexposição sexual: Com a popularização da pornografia e a constante exposição ao sexo nas redes sociais, algumas pessoas acabam normalizando comportamentos sexuais excessivos.



O tratamento para o vício em sexo é multifacetado e deve envolver uma abordagem personalizada, destaca Dr. João. O médico elenca tratamentos mais eficazes:


1. Psicoterapia: A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma das abordagens mais eficazes não tratamento da compulsão sexual. Ela ajuda a pessoa a identificar os gatilhos de seus comportamentos e a desenvolver estratégias para controlá-los.

2. Tratamento farmacológico: Em casos onde há um desequilíbrio químico não cérebro, o uso de medicamentos que regulam a dopamina e a serotonina pode ser indicado para controlar a compulsão.

3. Grupos de apoio: Como qualquer outro vício, a compulsão sexual pode ser tratada com a ajuda de grupos de apoio, onde indivíduos compartilham experiências e oferecem suporte mútuo.

4. Terapias de casal: Quando o vício sexual afeta um relacionamento, terapias de casal podem ajudar a restaurar a confiança e a intimidade entre os parceiros.


Dr. Borzino afirma que quando não tratada, a compulsão sexual pode causar sérios danos à vida da mulher. "Relacionamentos podem ser destruídos, e a autoestima pode ser gravemente afetada. A longo prazo, o vício em sexo pode levar a sérios problemas psicológicos, como depressão, ansiedade crônica, e até questões de saúde física, como infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), devido a comportamentos de risco", alerta.

"Além disso, a compulsão sexual não tratada pode levar a um ciclo de autossabotagem, onde a mulher busca incessantemente o prazer sexual para aliviar um vazio emocional, sem conseguir encontrar uma verdadeira satisfação ou cura", acrescenta.


Dr. João fala que o vício em sexo, ou ninfomania, é uma condição séria que afeta muitas mulheres, inclusive algumas celebridades que, ao compartilharem suas experiências, abrem portas para o entendimento do transtorno.


"No caso de Anitta, por exemplo, sua abordagem franca sobre sua sexualidade pode ser vista como uma tentativa de lidar com uma pressão externa sobre a imagem da mulher sexualmente ativa, mas é importante que a sociedade compreenda a diferença entre um comportamento sexual saudável e a compulsão sexual, que deve ser tratada com cuidado e profissionalismo", pontua.


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"A compreensão do vício em sexo exige empatia e conhecimento. Por isso, é fundamental que a sociedade rompa os estigmas e ajude as mulheres a buscar ajuda profissional para tratar essa condição de forma adequada. A saúde sexual é, sem dúvida, um pilar da saúde mental e emocional de todos nós", finaliza.




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