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Havia uma uma família, os Silva, que vivia em uma pequena casa onde o amor parecia ter se perdido em meio a gritos e desentendimentos constantes. Os membros da família, Ana, Marcos e sua filha Júlia, estavam sempre se desentendendo. As brigas eram frequentes, variando desde questões triviais, como o que assistir na televisão, até assuntos sérios, como as responsabilidades de casa. Os gritos frequentemente podiam ser ouvidos pelos vizinhos, que já estavam acostumados com o clima pesado da casa dos Silva.
Ana e Marcos, casados há anos, já não tinham mais vontade de viver juntos. O caminho do trabalho para casa era cercado de tristeza e ansiedade, e até Júlia, ao voltar da escola, se sentia pesada ao lembrar da atmosfera que a esperava. Os desentendimentos criaram um muro invisível entre eles, e todos se sentiam mais sozinhos do que nunca.
Certa noite, após uma briga especialmente intensa, onde palavras duras foram ditas e portas batidas, Ana se sentou à mesa da cozinha com a cabeça cheia de pensamentos. Assim, decidiu pesquisar soluções para o que sentia estar ficando sem saída. Ela encontrou um artigo sobre técnicas de comunicação que poderiam ajudar famílias em dificuldades. Ana correu para mostrar a Marcos, que, inicialmente relutante, viu uma faísca de esperança nas palavras dela.
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Com determinação, eles decidiram iniciar uma jornada de mudança. O primeiro passo foi a técnica da escuta ativa. Assim, estabeleceram um momento diariamente para conversarem sem interrupções. Durante esses momentos, cada um falava sobre seus sentimentos e preocupações, enquanto os outros apenas ouviam, sem julgamentos ou conselhos. Esse simples gesto fez com que todos se sentissem ouvidos e valorizados, algo que havia faltado por muito tempo.
Em seguida, começaram a utilizar a comunicação não-violenta. Aprenderam a expressar seus sentimentos e necessidades sem apontar dedos ou culpar uns aos outros. Por exemplo, ao invés de Marcos dizer: "Você nunca me escuta!", ele começou a expressar: "Sinto-me frustrado quando não somos ouvidos uns aos outros." Isso tornou as conversas mais produtivas e, principalmente, mais respeitosas.
Outra técnica foi o uso de “eu” em vez de “você”. Durante um desentendimento, eles se lembraram de substituir frases que começavam com “Você sempre…” por “Eu sinto que…”. Esse simples ajuste ajudou a reduzir a defensiva e possibilitou que todos compartilhassem suas experiências sem se sentirem atacados.
À medida que os dias se passavam, a transformação na dinâmica familiar começou a aparecer. Embora ainda houvesse algumas discordâncias ocasionais, a forma como lidavam com essas situações mudara completamente. As conversas se tornaram mais gentis, recheadas de amor e empatia. Marcos e Ana aprendiam a se dar apoio, enquanto Júlia, observando a mudança, começou a se abrir mais sobre suas próprias preocupações e sentimentos.
Os gritos que uma vez ecoavam pelos corredores agora deram espaço a risos e discussões construtivas. As derrotas que pareciam intransponíveis foram substituídas por vitórias, não em forma de competição, mas em maneira de compreensão e união. Com o tempo, o lar dos Silva se tornou um lugar onde as vozes sussurravam palavras de carinho e compreensão, um refúgio onde cada um podia ser quem realmente era.
A verdadeira jornada da família Silva não era apenas sobre parar de brigar, mas sobre encontrar formas de se conectarem novamente. Através da escuta ativa, da comunicação não-violenta e da escolha cuidadosa das palavras, eles começaram a desenhar uma nova história juntos — uma história que falava de amor, respeito e, acima de tudo, de um reencontro que parecia improvável.
Assim, a família Silva não apenas sobreviveu, mas floresceu, mostrando que mesmo nas situações mais desafiadoras, o poder da comunicação transformadora pode mudar vidas.
Edvanderson R. Silva
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